Doença Inflamatória Intestinal (DII) é uma denominação utilizada para duas doenças distintas: a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa.
As Doenças Inflamatórias Intestinais afetam mais frequentemente jovens entre 20 e 40 anos. Entretanto, observa-se uma maior incidência da doença também em pacientes acima dos 55 anos. Não se sabe exatamente a causa, mas sabemos que ocorre um desequilíbrio na resposta imunológica em nível intestinal, o qual leva a um processo inflamatório crônico do aparelho digestivo.
A Doença de Crohn é uma doença que cursa com inflamação em uma ou mais regiões do tubo digestivo. Pode acometer desde a boca, esôfago, passando pelo estômago, intestino delgado e grosso. A região mais comumente envolvida é o final do intestino delgado e o início do intestino grosso, também chamada de região ileocecal. Comumente gera diarreia e dor abdominal, podendo levar a ocorrência de estreitamentos (estenoses), fístulas (comunicação entre alças intestinais ou com outros órgãos) e abscessos. A evolução da doença e o atraso no inicio do tratamento correto muitas vezes leva a complicações que acabam em necessidade de cirurgia. Como a Doença de Crohn frequentemente envolve o intestino delgado, que é o local de absorção de nutrientes e vitaminas, os pacientes podem apresentar diversas deficiências nutricionais e de vitaminas, as quais devem ser avaliadas e corrigidas. A correta avaliação e diagnóstico, bem como a pronta instituição de tratamento eficaz são medidas de extrema importância para o seguimento de longo prazo da doença, prevenindo as suas complicações.
A Retocolite Ulcerativa é uma doença crônica que afeta o intestino grosso em sua camada mais superficial: a mucosa. O processo inflamatório pode afetar tão somente o reto (segmento mais próximo ao ânus) ou até mesmo todo o intestino grosso. Os principais sintomas são a diarréia, a perda de sangue e muco pelas fezes e a dor abdominal. Quando a inflamação não é bem controlada, crises graves podem ocorrer, gerando a necessidade de internações hospitalares e, em casos muito graves, a retirada de todo o intestino grosso pode ser necessária.
O início dos sintomas é usualmente gradual. A intensidade dos sintomas pode ser leve, com quatro ou menos evacuações diarreicas ao dia, com ou sem sangue, até mais do que 10 evacuações por dia, com grande comprometimento da qualidade de vida.
Os pacientes podem ter sintomas sistêmicos como febre, fadiga, anemia, dores articulares e perda de peso, sintomas que podem ocorrer tanto na Doença de Crohn como na Retocolite Ulcerativa.
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