Refluxo
Gastroesofágico
O que é?
O refluxo gastroesofágico ocorre quando o conteúdo
do estômago volta para o esôfago ou mais para cima.
Há entre o esôfago e o estômago vários
tipos de mecanismos de proteção contra o refluxo,
mas esses mecanismos não funcionam bem no bebê, por
imaturidade. Como no estômago existe o ácido gástrico,
necessário para a digestão dos alimentos, o que volta,
então, é um líquido ácido. Esse ácido
não deve permanecer normalmente no esôfago. Se isso
acontecer ele pode ocasionar inflamação do esôfago
e dor, que seria o correspondente da azia nas crianças maiores
e nos adultos.
É normal que todas as pessoas - adultos e
crianças - apresentem
um pouco de refluxo em certos momentos do dia, principalmente após as
refeições. São períodos curtos, considerados normais,
em que há volta de conteúdo do estômago para o esôfago.
Esse refluxo é chamado FISIOLÓGICO ou normal. O período
que se considera “após as refeições” é de,
mais ou menos, 2 horas. Os bebês recém nascidos ou as crianças
no primeiro ano de vida comem muito mais frequentemente do que os adultos (no
início até de 1 em 1 ou 2 em 2 horas), por isso têm normalmente,
muito mais episódios de refluxo. Eles estão quase sempre no período “após
a refeição”, pois comem muito mais seguidamente. Além
disso, nas crianças pequenas, os mecanismos de proteção
contra essa presença do ácido no esôfago estão ainda
imaturos, fazendo com que o refluxo seja um fenômeno muito mais frequente.
Portanto, é normal
ter refluxo gastroesofágico, principalmente
no primeiro ano de vida. É normal vomitar e regurgitar nos
primeiros meses de vida, desde que a criança ganhe peso
adequadamente e que não tenha sintomas, tipo dor ou azia.
Esses bebês são chamados “regurgitadores felizes” (happy
spitters) , pois vomitam ou regurgitam e estão sempre bem,
sem sintomas e crescendo normalmente.
A volta dos conteúdos
do estômago para o esôfago
(refluxo) pode ficar somente no esôfago, pode ir até a
garganta ou pode sair pela boca, configurando o vômito ou
a regurgitação.
Por isso, os bebês vomitam e
regurgitam com tanta frequência
no primeiro ano de vida. Quanto menores eles são, menos
desenvolvidos estão os mecanismos de defesa e mais imaturos,
fazendo com que nessa idade os episódios de refluxo sejam
bem mais frequentes.
Então, duas coisas são importantes em relação
ao refluxo fisiológico:
1. Refluxo fisiológico NÃO necessita exames
e nem tratamento com medicamentos e;
2. O tempo é o principal aliado do refluxo, pois o amadurecimento
da criança vai fazer o refluxo ir desaparecendo.
Quando o refluxo se torna doença?
O refluxo se torna doença quando ele provoca sintomas ou
algum prejuízo para o bebê. Por exemplo, perda ou
não ganho de peso, choro, irritabilidade, recusa alimentar,
anemia, vômitos com sangue podem ser sintomas de refluxo-doença.
O
refluxo se torna doença quando começa a atrapalhar
o crescimento e o desenvolvimento normal da criança; quando,
ao invés de ser um bebê feliz, calmo, transforma –se
em uma criança irritada, chorona, que não dorme bem,
magrinha, que não come, etc. Isso acontece porque o ácido
que volta do estômago está vencendo os mecanismos
de defesa e está fazendo mal para o esôfago ou está lesando
alguma estrutura e desencadeando sintomas.
A presença do ácido no esôfago por muito tempo
pode ocasionar azia ou dor, pode causar inflamação
do esôfago, chamada esofagite. Pode também levar a
outros sintomas como as infecções respiratórias
de repetição. O ácido pode causar sintomas
no local onde ele está ou pode desencadear sintomas em outros
locais, por estimular nervos que vão para esses outros locais.
Então, por exemplo, se o bebê aspira aquele conteúdo ácido
que voltou até a garganta, ele pode ter uma pneumonia de
aspiração ou pode ter cianose (ficar roxo). Se o ácido
fica muito tempo no esôfago, a criança pode vomitar
com sangue ou ter muita azia.
O refluxo-doença, ou a doença do refluxo gastroesofágico,
ao contrário do refluxo fisiológico, necessita tratamento
e, às vezes, exames diagnósticos. Esses bebês
necessitam ser atendidos pelo seu pediatra e pelo gastro pediatra.
Tratamento:
A doença do Refluxo pode ser tratada com medidas gerais
como dar comida em menor quantidade e mais frequentemente ou levantar
a cabeceira da cama. Na criança maior procura-se que não
haja exageros em comidas gordurosas, apimentadas, refrigerantes
e chocolates. O leite, em alguns pacientes, pode provocar azia.
Em
relação aos medicamentos, usa-se os antiácidos
como a Ranitidina (Label) e o omeprazol. Nos bebês, pode-se
iniciar com Label, pois não existe fórmula líquida
de omeprazol. Mais tarde, ou se for necessário um tratamento
mais agressivo, pode-se utilizar Losec Mups ou Nexium, que são
as formulações de comprimidos solúveis de
omeprazol.
Pode-se lançar mão também da Domperidona (Motilium),
com cuidado, pois essa pode aumentar as cólicas ou dar agitação
nos bebês pequenos.
Essa medicação é utilizada
nas crianças
que vomitam muito ou que têm sintomas de alteração
da motilidade. |
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