A Cirrose representa o estágio final de uma fibrose hepática progressiva, caracterizada pela distorção da arquitetura do órgão e pela formação de nódulos regenerativos. É considerada uma doença irreversível, sendo que em estágios avançados o único tratamento é o transplante de fígado. Embora haja uma ideia popular de que a cirrose é uma doença de pacientes alcoolistas, qualquer processo inflamatório hepático crônico pode levar à cirrose. São causas de cirrose: uso crônico de álcool, hepatites virais crônicas (hepatites B e C), hepatite autoimune, cirrose biliar primária, doença de Wilson, hepatites induzidas por drogas ou toxinas, hemocromatose, insuficiência cardíaca direita crônica, etc.

Como de faz o diagnóstico?
No início da doença não há praticamente nenhum sintoma, o que a torna de difícil diagnóstico precoce, pois a parte ainda saudável do fígado consegue compensar as funções da parte lesada durante muito tempo. Numa fase mais avançada da doença, podem surgir graves complicações tais como: desnutrição, hematomas, aranhas vasculares (vasos tortuosos na pele), sangramentos de mucosas (especialmente gengivas), icterícia (“amarelão”), ascite (“barriga-d’água”), hemorragias digestivas (principalmente por varizes esofágicas) e encefalopatia hepática (processo causado pelo acúmulo de substâncias tóxicas que desencadeia um quadro neurológico, podendo variar entre discreta dificuldade de atenção até o coma), câncer de fígado.

Como se trata?
A principal medida terapêutica é a tentativa de eliminação do fator desencadeante principal, como por exemplo a abstenção alcoólica e o tratamento das hepatites virais. No entanto, o tratamento definitivo é o transplante de fígado, embora nem todos os pacientes venham a necessitar deste procedimento. Enquanto o transplante não ocorre ou se não é necessário, o tratamento nutricional, medicamentoso e endoscópico é instituído para manter a doença estável.

Denomina-se constipação nos casos de evacuação a cada 3 ou mais dias ou fezes ressequidas de difícil eliminação. A situação é bem desconfortável e pode ser acompanhada de cólicas abdominais. É muito mais frequente em mulheres e na grande maioria é uma situação crônica.

Causas:  pouco consumo de água e fibras, interrupção da rotina e/ou dieta, sedentarismo, estresse, uso de alguns medicamentos, entre outras causas.

Tratamento: na maioria das vezes, basta fazer mudanças na alimentação e estilo de vida. Porém, há situações mais sérias que precisam de intervenção médica para tratamento com medicamentos ou até procedimentos cirúrgicos.

Vale alertar que o aparecimento de constipação intestinal em indivíduo que antes não apresentava esse problema, ou dor anal, sangramentos, tem indicação formal de avaliação médica. Essas situações podem ser causadas por doenças do intestino, necessitam ser investigadas e tratadas. Fique atento!

Diarreia é o aumento do volume das fezes, diminuição na consistência ou aumento de aquosidade e/ou aumento da frequência das evacuações. Ela pode ser:
Diarreia aguda – geralmente causada por vírus, bactérias ou parasitas; alimentos contaminados, alimentos com grande quantidade de fibras, café, chás, refrigerantes, leite e seus derivados, chocolate; medicações como antiácidos, laxantes; ingestão de açúcares não absorvíveis; isquemia intestinal; impactação fecal; inflamação pélvica.
Diarreia crônica – é causada por doenças inflamatórias do intestino, cânceres intestinais, alterações da imunidade como AIDS, alergias alimentares.
Diagnóstico
Avaliação da história clínica e exame físico do paciente. No caso de diarreias que demorem mais que 15 dias são necessários exames complementares como, pesquisa de sangue oculto nas fezes e coprocultura para investigação das causas e indicar o melhor tratamento.

O excesso da produção de gases provoca distensão abdominal, além de sensação de estômago inchado e até dor. Mas porque isso acontece? Existem várias causas para o problema, porém há 3 muito comuns. Anote aí:

– Fatores emocionais, como estresse e angústia podem aumentar os gases. Quando o paciente é investigado e não apresenta problemas físicos, se sabe que o comportamento pode causar o desconforto.

– Consumo de fibras em excesso. Elas fazem muito bem para o aparelho de digestivo, mas podem provocar gases em alguns pacientes.

– Constipação: o paciente que não consegue evacuar com regularidade, indo uma ou duas vezes por semana ao banheiro, acaba gerando excesso na produção dos gases.

A Diverticulite é a inflamação de um divertículo, estrutura sacular que pode formar-se ao longo de todo o tubo digestivo, mas principalmente no intestino grosso. Os sintomas mais comuns são: dor abdominal intensa e localizada na fossa ilíaca esquerda (área próximo a virilha esquerda), náuseas, vômitos, febre, falta de apetite, prisão de ventre ou diarreia.

Ela pode ser confundida com Apendicite aguda quando acomete divertículos no ceco e cólon ascendente. A avaliação do médico é primordial para o diagnóstico e, na maioria das vezes, já se pode inciar o tratamento adequado. Os exames de imagem como a ecografia e a tomografia confirmam o diagnóstico.

A doença é tratada de acordo com a gravidade dos sintomas, podendo, em casos graves, ser necessária a internação hospitalar e até cirurgia. Entretanto, se diagnosticada precocemente, o tratamento com antibióticos por via oral geralmente é suficiente.

A alimentação é muito importante para o paciente. A flora intestinal precisa das fibras para se manter saudável e movimentar as fezes para que ocorra um processo normal de formação das fezes e com isso menos constipação. Durante a crise de Diverticulite no entanto, as fibras devem ser evitadas. A orientação de um nutricionista poderá ser importante neste momento.

A doença celíaca é autoimune e afeta o intestino delgado com ingestão de glúten por pessoas geneticamente pré-dispostas. Em geral, ocorre a aceleração do trânsito intestinal após o consumo de alimentos preparados com trigo, cevada, aveia, centeio e seus derivados. Os sintomas mais comuns da doença celíaca são:
– Diarreia crônica
– Distensão e dor abdominal
– Prisão de ventre crônica
Vômitos
Eventual desnutrição com déficit de crescimento
Emagrecimento e falta de apetite
Anemia
Não deixe de procurar um especialista. A dieta sem glúten é o tratamento mais indicado.

Definição
O refluxo gastroesofágico é caracterizado por uma doença crônica na qual ocorre o refluxo do ácido do estômago para o esôfago (tubo de alimentação), podendo acometer qualquer pessoa, desde as pessoas mais jovens até os idosos. É mais comum em indivíduos após os 40 anos de idade.

No funcionamento normal do aparelho digestivo, o esfíncter esofagiano inferior (válvula localizada entre o esôfago e o estômago) não permite esse refluxo, porque sua função é abrir a passagem para a descida dos alimentos e, posteriormente, fechá-la, evitando o retorno do material gástrico ácido.

Causas
O refluxo ocorre quando a válvula inferior do esôfago (esfíncter) não se fecha adequadamente, permitindo que o ácido do estômago retorne para dentro do esôfago. Esse processo pode acontecer sem nenhuma causa aparente, porém alguns fatores de risco contribuem para o desenvolvimento da doença, como obesidade, excesso de bebidas alcoólicas, tabagismo, e consumo de alimentos gordurosos.

Outra forma de essa doença se desenvolver é devido a presença de uma Hérnia de Hiato, ou seja, quando o hiato, orifício pelo qual o esôfago atravessa o diafragma (músculo que separa o tórax do abdômen), se dilata mais do que deveria. Dessa forma, a porção superior do estômago escorrega para cima do diafragma e, consequentemente, por estar no tórax esse esfíncter não irá funcionar corretamente. A Hérnia Hiatal é progressiva e após seu surgimento tende a aumentar de tamanho com o passar dos anos. São comuns os casos de pessoas da mesma família com presença desse tipo de Hérnia.

Sintomas
O ácido do estômago que retorna para o esôfago provoca sensação de queimação no peito e, em alguns casos, espalha-se para a garganta, ocasionando gosto amargo na boca. Também são sintomas freqüentes tosse seca, dificuldade de deglutição, rouquidão, pigarro e sensação de “bola” na garganta.

Quando o refluxo atinge o pulmão, pode causar doenças respiratórias como pneumonia, bronquite e asma.

Diagnóstico
Os sintomas típicos da doença podem ser bastante sugestivos para o diagnóstico, porém, para sua confirmação, torna-se necessária a realização de uma endoscopia digestiva alta, na qual são detectadas as alterações relacionadas com refluxo gastroesofágico, como esofagite e hérnia de hiato.

Além da Endoscopia são indicados outros métodos específicos, como a pH-metria esofágica de 24hs a qual confirma a presença de refluxo gastroesofágico anormal, bem como mede a intensidade desse refluxo, e a manometria esofágica que avalia as condições do esfíncter esofágico inferior, bem como das contrações esofágicas que podem estar alteradas pelo refluxo. Na phmetria de 24hs, a acidez no esôfago e na faringe é medida e monitorada, a fim de avaliar a presença de ácido no esôfago e, dessa forma, classificar o grau e o tipo do refluxo.

Tratamento
Procurar um médico aos primeiros sinais da doença é fundamental para a indicação do melhor tratamento para cada caso. Somente o especialista poderá orientar o paciente em relação aos procedimentos adequados e ao tipo ideal de tratamento.

As opções terapêuticas dividem-se em tratamento medicamentoso ou cirúrgico. Os principais efeitos dos medicamentos utilizados são a diminuição do grau de acidez e a inibição da produção de ácido pelas células do estômago. Nos casos em que há Hérnia de Hiato associada a chance de indicação cirúrgica é maior
O paciente também deve combater os fatores de risco associados à doença, como obesidade e tabagismo, além de evitar o consumo de alimentos e bebidas que propiciam o refluxo do ácido gastroesofágico.

Quando está recomendado o tratamento cirúrgico o procedimento visa reconstruir a válvula do esôfago e nos casos com Hérnia de Hiato, realiza-se simultaneamente a correção da Hérnia. Atualmente a grande maioria dos casos de cirurgia são tratados por videolaparoscopia, que é um método minimamente invasivo, sem necessidade de grandes incisões e com tempo de hospitalização e recuperação ao trabalho bem mais rápidos. Além disso a dor no pós-operatório costuma ser mínima e o resultado estético é muito superior àquele da cirurgia aberta. A intervenção é feita por meio de pequenas incisões com a ajuda de uma microcâmera.

Prevenção
A prevenção consiste em evitar os fatores causadores da doença. Assim, recomenda-se manter o peso ideal, parar de fumar, não se deitar após uma refeição, evitar alimentos que provoquem azia, como os gordurosos, álcool, chocolate e cafeína, entre outros hábitos saudáveis de vida

O que é?
A intolerância a alimentos que contém lactose é um problema muito comum. Nos Estados Unidos a prevalência chega a 20% da população adulta, sendo que em algumas populações asiáticas alcança 90%.
Os sintomas clínicos da intolerância à lactose incluem diarreia, dor abdominal, distensão abdominal (barriga inchada), vômitos e flatulência (eliminação de gases) após a ingestão de leite ou produtos que contenham leite. Estes sintomas são atribuídos ao baixo nível de Lactase intestinal (enzima responsável pela digestão da lactose), que pode ser devido à lesão aguda ou crônica da mucosa intestinal (infecção intestinal aguda, doença celíaca) ou, muito mais comumente, à redução da expressão da enzima (Lactase), herdada geneticamente. Entretanto, a intolerância ao leite nem sempre é o resultado da deficiência de Lactase. Pode ocorrer como uma reação alérgica a proteínas do leite, sendo uma das alergias alimentares mais comuns em crianças pequenas, mas extremamente incomum entre adultos.

Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico de intolerância à lactose é definido naqueles pacientes com sintomas típicos que apresentem o teste de absorção positivo. Entende-se como apresentando teste positivo, aquele paciente que após a ingestão de 50g de lactose não tem a sua glicemia elevada em pelo menos 20mg/dl. O teste respiratório é outro método para o diagnóstico; no entanto, é pouco disponível em nosso meio.

Como se trata?
Na ausência de uma doença de base predisponente, o tratamento da intolerância à lactose inclui quatro princípios gerais: reduzir a ingestão de alimentos que contenham lactose, a substituição da lactose por outras fontes de energia, a utilização da enzima Lactase comercialmente disponível e a manutenção da ingestão de cálcio e vitamina D.

Gastrite significa inflamação do revestimento interno do estômago. A gastrite é uma entidade muito frequente, não causa sintomas, com exceção dos casos em que é acompanhada de úlceras ou outras lesões. O termo gastrite é muito usado, erroneamente, para designar o sintoma de azia (queimor ao longo do esôfago).

Úlcera no estômago ou duodeno é uma ferida, ocasionada pela presença de ácido clorídrico e outras substancias em dosagens anormais, presença da bactéria Helicobacter pylori ou ingestão de certos medicamentos, como aspirina, antiinflamatórios (diclofenaco e similares). Úlceras causam dores no abdome, enjôos, vomitos, dificuldades na digestão dos alimentos, podendo evoluir para complicações como hemorragias e perfurações.

Endoscopia com biópsias é o melhor exame para diagnóstico de gastrites e úlceras, permitindo estabelecer causas, gravidade, complicações. Biópsias do estômago durante endoscopia é uma medida rotineira, sendo mandatória nos casos de úlceras ou lesões suspeitas de câncer.

Tratamento de úlceras, na maioria dos casos, é realizada com uso de medicamentos que reduzem o ácido do estômago. Na presença de bactéria Helicobacter pylori o tratamento consta na administração durante 7-14 dias de 3 a 4 medicamentos simultâneos.

Helicobacter pylori é uma bactéria que se aloja no estômago e que adquirimos através de alimentos contaminados, contato como beijos, uso de utensílios comuns. Está presente em maior frequencia nas populações com higiene inadequada, falta de saneamento básico. Sua infecção está relacionada a doenças no estômago e duodeno e pode ser diagnosticada através do estudo de biópsias do estômago obtidas na endoscopia.

As hepatites virais causam infecções no fígado. Na maioria das vezes não apresentam sintomas, mas podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. O avanço compromete o fígado com fibroses, cirrose e até o câncer.

– Hepatite A – transmissão se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados pelo vírus e pelo contágio oral- fecal. A vacina está disponível no SUS.

– Hepatite B – transmissão se dá por relação sexual desprotegida, pelo compartilhamento de materiais no uso de drogas e uso de materiais não esterilizados como alicates de unha, aparelhos de barbear e depilar, instrumentos para tatuar. A vacina está disponível no SUS.

Hepatite C – transmissão se dá pelos mesmos meios da Hepatite B. Não existe vacina.

A presença de sangue nas fezes não é normal. Você deve procurar o médico imediatamente se apresentar sangramento repentino ou persistente. O sangramento no intestino superior, frequentemente associado à ulcerações, pode causar o aparecimento de fezes escuras com sinais de sangue semelhante à borra de café. A presença de sangue vivo, não misturado às fezes, indica sangramento na parte inferior do sistema gastrointestinal e pode ser consequência de fissura anal, colite, doença diverticular ou hemorroidas. O câncer de cólon e reto também podem provocar este sintoma.